21 dezembro 2008

JESUS PSICOTERAPEUTA. Dr. LUIZ PAIVA.

Abstraindo-nos de qualquer sentimento religioso ou reverencial à figura histórica de Jesus, constatamos que a mensagem que nos legou possui inequívoca aplicabilidade ao homem de todas as épocas. Ela é atemporal.

Jesus foi o Mestre por excelência, não só por dominar todo o conhecimento teológico e escritural judaico de sua época, mas por evidenciar em sua doutrina o Evangelho, a Boa Nova, conhecimentos que transcendem a Filosofia, a Psicologia, a Pedagogia, a Sociologia etc. de nossos tempos. Ele responde às mais pungentes indagações filosóficas, ao mesmo tempo em que desvela a natureza humana e a maneira desta ser transformada para a construção de uma sociedade feliz, composta por indivíduos felizes, realizados. “O Reino de Deus está dentro de vós.”

Revelava assim a nossa natureza crística que nos cabe conhecer ou reconhecer, num encontro profundo conosco mesmo. É a descoberta da nossa verdadeira identidade espiritual, de seres eternos em busca da perfectibilidade. Jung, notável psiquiatra suíço, criador da “Psicologia Profunda”, identificava, já há algumas décadas, o principal arquétipo do homem, a que ele chamou de Self, a instância perfeita de nossa individualidade, que irradiando a sua energia pura, conduz o aperfeiçoamento da personalidade humana em sua marcha evolutiva.

Jesus representa, de alguma forma, o psicoterapeuta do gênero humano, de todos os homens. Sua mensagem vem, sobretudo, salvar-nos de nós mesmos, que insistimos em prestigiar o nosso lado sombrio (a sombra – outro arquétipo junguiano) pela adesão a falsos valores, ao egoísmo e ao orgulho, manifestações diretas do culto ao ego.

Por que a infelicidade se multiplica por toda a parte, hoje e desde o princípio da história, senão pela atitude do homem que elege o ter em detrimento do ser, optando pelo efêmero e as aparências, esquecendo o que é eterno e essencial?

Por que o brasileiro, antes considerado um povo cordial, hoje possui uma das sociedades mais violentas do mundo? A resposta está na nossa adesão ao consumismo voraz, insaciável e a um individualismo insensível. Onde estão os valores de solidariedade e afetividade dos nossos avós? Onde a amizade, a simplicidade, o respeito, a tolerância que nos caracterizavam como povo? O Brasil foi engolfado pelo pior da globalização, cuja teoria econômica repousa no capitalismo selvagem e no individualismo socialmente irresponsável, que nos faz regredir aos primitivos tempos da nossa organização social. A sua inconsistência, em todos os aspectos, fica patente por esta crise econômica mundial em que estamos submersos, se já não o fosse pela fome que acomete mais da metade do Planeta.

León Denis, iluminado filósofo espírita, antecipando-se aos tempos que vivemos, já dizia em seu livro O Problema do Ser do Destino e da Dor: “A filosofia da escola, depois de tantos séculos de estudo e de labor, é ainda uma doutrina sem luz, sem calor, sem vida. (...) Daí o desânimo precoce e o pessimismo dissolvente, moléstias das sociedades decadentes, ameaças terríveis para o futuro, a que se junta o ceticismo amargo e zombeteiro de tantos moços da nossa época; em nada mais crêem do que na riqueza, nada mais honram que o êxito.”

Jesus veio nos salvar desta opção pela infelicidade, mostrando-nos a nossa filiação divina e nossa destinação gloriosa. Ele mesmo foi o protótipo do homem realizado, conectado com o seu Self, iluminado pelo Deus interior, fagulha divina que somos todos nós. Dele falam os Evangelhos: sabia ensinar e falar “com poder e com toda autoridade”. “Ficavam todos convencidos daquilo que ele dizia” (Mc 1,22) “porque dele saia uma força que curava todos os males” (Lc 6,19). Sua terapia era a sua doutrina de amor e seu instrumento terapêutico a sua própria personalidade.

Jesus obviamente não foi um psicoterapeuta como modernamente entendemos, no sentido de tratar traumas e neuroses e transtornos de personalidade, mesmo porque não dispunha na época destes recursos conceituais. Ele o foi no sentido lato, mas profundo, pois conhecia plenamente os processos psíquicos construtivos e destrutivos da vida. Ele detinha as qualidades precípuas do terapeuta, pois quem mais senão ele atingiu a integração da personalidade, a identidade e a individuação? Jung frisa que o próprio terapeuta é o próprio método ou a própria terapia. Nenhum terapeuta pode ultrapassar a si próprio na terapia.


No Livro dos Espíritos, obra básica de Allan Kardec, este assim faz a pergunta nº 625 aos espíritos: “Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem para lhe servir de guia e modelo?” Resposta: “Jesus.”
Simples assim. Assim é que Jesus vem a ser o paradigma, o terapeuta imortal que através dos séculos temos buscado na nossa ânsia de libertação, de felicidade. Mas como tem sido mal interpretado! As interpretações dogmáticas de sua doutrina têm-se constituído em verdadeira camisa de força a desnaturá-la e limitá-la.

Em outra pergunta, a 621, indaga-se: “Onde está escrita a lei de Deus?” Resposta: “Na consciência.” Jesus vem a ser, portanto, o nosso guia para adentrarmos os caminhos do nosso interior psicológico, no processo de integração de nossa personalidade, descoberta de nossa autêntica identidade e conseqüente individuação, ou crescimento, ou evolução psicoespiritual. Isso só acontece pela vivência da lei de Deus, insculpida que está na intimidade de nossa própria consciência. E a lei de Deus, já nos ensinava o Mestre incomparável, é a vivência do amor em suas manifestações mais puras de solidariedade, cooperação, tolerância e fraternidade para com o próximo.

Luiz Antonio de Paiva é psiquiatra e vice-presidente da Associação Médica Espírita de Goiás

19 novembro 2008

XIFÓPAGOS E REENCARNAÇÃO - Dr. Ricardo Di Bernardi

Os chamados xifópagos, conhecidos a nível popular como gêmeos siameses, são aqueles que apresentam seus corpos unidos por um segmento físico. Comumente se observa o uso indevido do termo xiPÓfago, ao invés da designação correta xifópago. A nomenclatura provém de xifóide que é o apêndice terminal do osso esterno (com s ), situado na frente do tórax onde se unem as costelas, isto porque muitos dos xifópagos estudados eram unidos por esta parte do corpo. As ligações (físicas ) podem se efetuar por diversos órgãos ou segmentos corporais , inclusive inviabilizando a gestação ou a sobrevivência de ambos os recém-natos.
Nas situações onde DUAS ENTIDADES ESPIRITUAIS se ligam à esfera espiritual materna e posteriormente ao fluido vital do óvulo, ocorrendo a fecundação, o ovúlo fecundado (zigoto ) sob a influência de duas energias espirituais diferentes tende a se bipartir. No início da embriogênese quando o ovo inicia sua multiplicação, há pela presença de dois espíritos, a separação em duas células que desenvolverão dois organismos filhos.
No processo normal quando há duas entidades espirituais ligadas ao ovo (óvulo fecundado ), a dita separação determina o surgimento de gêmeos univitelineos (idênticos ). No entanto, no caso dos xifópagos , permanecem unidos durante a gestação originando a ligação física entre os dois corpos. Ligação esta que pode se efetuar, inclusive, por órgãos vitais impossibilitando a intervenção cirúrgica especialmente em determinadas áreas do planeta onde os recursos são ainda rudimentares na área médica. Do ponto de vista da CIÊNCIA ESPÍRITA , temos a informação que as pessoas se vinculam energéticamente a outras pela sua postura mental. Há casos, onde esta fixação atinge níveis patológicos de ligação e intercâmbio energético-vibratório.
Espíritos que se odeiam mutuamente, por exemplo, mantém um fluxo de energia entre si prendendo-se reciprocamente. Em muitas circunstâncias, não há possibilidade ,a curto ou mesmo a médio prazo, de se dissolver estas ligações para a recuperação psíquica dos envolvidos. À medida que os anos passam, a imantação se acentua atingindo níveis graves de comprometimento do corpo astral (perispírito) de ambos.
A anestesia temporária, pela terapia da reencarnação , poderá servir de impulso renovador na reconstituição da normalidade.
Considerando sempre que os pais são copartícipes do processo , os vínculos comuns do pretérito é que os leva a vivenciar esta situação. Não são portanto vítimas inocentes de uma lei natural injusta e arbitraria. O reencontro comum pelas afinidades que os atraem por sintonia energética nada mais é que o merecimento ou lei natural de causa e efeito a qual se opera automaticamente.
Inimigos que estabelecem vínculos expressivos e desequilibrantes, retornam juntos e unidos. Não conseguem se separar, jungidos pelo laço extrafísico que se expressará pela equivalente ligação biológica.
Em outros casos, por exemplo obsessões de naturezas diversas onde a dupla se realimenta por vias anormais , e mútuas, só a drenagem para a periferia física dessa ligação extrafísica , poderá facilitar o rompimento energético estabelecido. Renascem então, ligados.
A visão espiritual do processo , além de poder contribuir cientificamente em futuro próximo, para a compreensão da gênese do problema, serve desde já, também, para alertar com relação as consequências das fixações monoideísticas desequilbradas. A terapia da prece, no sentido da doação energética, é o recurso ideal e indispensável para suavizar as dores bem como para apontar soluções . Soluções que em futuro próximo para eles (xifópagos ) se descortinará: A reconciliação, levando a união pelo vínculo normal e saudável do amor...
FUSÀO ENTRE CHAKRAS :

Nos casos onde a mútua magnetização patológica, entre dois espíritos, se opera a nível intelectual, o intercâmbio de forças em desarmonia se estabelece entre seus chakras (Centros de Força) coronários que se situam no corpo energético no alto das cabeças dos espíritos em vias de reencarnarem . Tal situação ocasiona uma verdadeira fusão de energias podendo agir como um só modelo perispiritual de crânio. Assim, a exteriorização física se fará como um modelo único de cabeça para dois corpos.
Em casos de menor intensidade do mesmo fenômeno, observaremos uma união entre dois crânios: Teremos , portanto, xifópagos ligados por dois crânios.Os casos acima comentados são alusivos a ligações a nível mental ou intelectual como, por exemplo: perseguições intelectuais mútuas.
Quando observamos órgãos unidos a nível torácico , o desequilíbrio costuma ser a nível dos sentimentos e o chakras envolvidos são o cardíaco e o gástrico (umbilical ). Quando a união é basicamente pelo aparelho digestivo ou abdomen, ela expressa uma desarmonia mútua a nível emocional (paixões patológicas) , as quais determinaram uma ligação intensa e desequilibrada a nível do chakra gástrico.
A existência de órgãos únicos como por exemplo no aparelho digestivo demonstra a fusão dos chakras gástricos que se comportam como um único chakra. Fusão esta determinada pela intensa troca patológica de vibrações a nível das emoções.

Dr. Ricardo Di Bernardi, é médico homeopata, autor de diversos livros entre eles Gestação - Sublime intercâmbio e presidente do
ICEF- Instituto de Cultura Espírita de Florianópolis SC
Acesse no Youtube um interessante vídeo sobre o assunto
http://br.youtube.com/watch?v=TTSK_JWO_Q4&feature=related

02 novembro 2008

SER DOENTE OU ESTAR DOENTE? EIS A QUESTÃO.

A busca pelo equilíbrio, pela saúde, domina o pensamento da humanidade desde a sua criação. A medicina avança a passos largos para cada vez saber muito de pouco, se especializando nos detalhes, mas uma boa parte dos profissionais da saúde já não aceita esse conceito reducionista e tenta lançar um olhar holístico sobre o dilema saúde-doença. Porém esbarramos aí em um atavismo, um padrão inadequado de comportamento que nos provoca o desequilíbrio, uma vez que fugimos da causa verdadeira das mazelas que nos afligem.
A definição de doença varia conforme a crença, a cultura, o entendimento e a época. Podemos definí-la como uma perda do equilíbrio das nossas estruturas físicas. Essa desarmonia pode ser fruto de uma inflamação, de uma infecção, de lesões degenerativas, etc. Baseado nisso o tratamento será feito com medicações alopáticas específicas, atuando nos sintomas.
Ao contrário, uma visão mais ampla pode nos sugerir que a doença física tenha causas variadas. Em algumas doenças temos o que Ramatís chama de "verter para a carne". Ao longo das nossas vidas sucessivas vamos acumulando energia negativa que acompanham nossos atos e pensamentos. Em alguns casos a doença é fruto da "drenagem" dessa energia dos corpos sutis para o físico.
Podemos ter na doença uma missão. Alguns espíritos já são suficientemente evoluídos para exemplificarem a outros um sofrimento produtivo, que se baseia no maduro vivenciar da dor, com a resignação ativa, ou seja, fazendo de tudo para melhorar, mas sem revolta, sem vitimização e sem deixar que isso atrapalhe o crescimento espiritual.
A expiação também é uma opção de causa de doença. Compulsoriamente somos chamados a resgatar atos pretéritos dessa forma, não como castigo, mas para nos mostrar onde erramos, e como devemos priorizar necessidades.
Independente da causa, da origem, do motivo, a forma correta de enxergar a doença é como uma oportunidade.
O sofrimento de uma forma geral não tem sentido nas nossas vidas se não nos leva a reflexões profundas. Não adianta passar pela vida nos enganando. Todos vamos desencarnar, vamos ter sofrimentos, adoecer, etc, isso faz parte da vida. A forma como enxergamos isso é que faz a diferença. Podemos ter um sofrimento que nos acompanha por toda a existência e desencarnarmos sem que ele tenha nos ensinado nada. A questão importante é porque as pessoas se recusam a encarar isso de frente?
A causa principal é o medo. Temos medo de sair da zona de conforto que criamos para nossas vidas, e nos acomodamos em situações absurdas de convivência que nos impedem de crescer, mas não aumentam o sofrimento temporário que provavelmente nos libertaria para vôos mais altos e sadios. Outra causa é o orgulho. Como adimitirmos que estamos errados? É mais fácil culpar outros e seguir em frente como se fossemos vítimas de tudo. E acima de tudo não mudamos porque dói. É doloroso crescer.
O problema de tudo isso é que mantemos um padrão de comportamento que mostra aos outros o que temos de pior. E na maioria das vezes os mais atingidos são justamente aqueles que mais gostamos.
Se mudássemos nossa forma de enxergar a doença e as dificuldades, com certeza a cura estaria mais perto. Não somos doentes. Estamos doentes! Somos filhos da perfeição, da luz. Somos luz! Mas porque nos prendemos a conceitos arcaicos de culpa e pecado nos vemos como devedores eternos e não entendemos que não é pelo sofrimento que cresceremos, mas pelo amor, pela transformação interior. Todo esse processo começa pela auto-análise e pelo auto-perdão. Precisamos nos sentir merecedores.
O maior exemplo disso é a parábola do filho pródigo. O pai ao ver o filho retornando a casa, não o enxotou, não o reprimiu, mas saiu correndo e se lançou em seu pescoço, oferecendo a ele o que de melhor tinha. Assim é nosso Pai conosco. O seu amor nos constrange. É certo que alguns de nós preferem ser surrados, sofrer, chorar, ser tratados como empregado, mas a vida nos reitera a todo momento que do Pai só receberemos amor e oportunidades.
Não somos doentes. Vamos aproveitar nosso estado de saúde eterna, e concentrar nossas energias no necessário para nosso crescimento.
Paz e Luz!


03 outubro 2008

A INTOLERÂNCIA

"E que os tenhais em grande estima e amor por causa da sua obra".
-Paulo. (I TESSALONICENSES, 5:13).

O apóstolo dos gentios não poderia ter sido mais atual em suas afirmações. Ao exortar os tessalonicenses sobre a importância da fraternidade verdadeira, convidava a enxergar em cada um o que ele faz de melhor, a respeitar e amar as pessoas pelo que elas fazem dentro do plano traçado pelo Cristo e não dentro da nossa ótica distorcida.
Na verdade, essa advertência deve ser estendida a todos os setores da nossa vida, na família, no trabalho, na amizade, e na religião. Emannuel no livro fonte viva, capítulo 24, discorre sobre essa lição de forma brilhante. Realmente é muito mais fácil dedicarmos nossa amizade àqueles que concordam conosco, porém talvez essa não seja a maneira mais efetiva para o nosso crescimento espiritual.
A ótica reencanacionista nos mostra que vivemos entre aqueles que podem nos oferecer a melhor oportunidade de evolução, mesmo que aparentemente pareça ser diferente. A filha rebelde pode ser justamente a companheira do passado que abandonamos. O filho com doença incurável no plano físico pode ser o irmão que induzimos ao suicídio. Toda dificuldade tem raízes profundas em atos anteriores e não devem ser encarados como acaso, mas como uma organizada tentativa dos planos superiores em nos mostrar o que necessitamos.
A medida em que vamos formando nossas opiniões sobre questões importantes, vamos criando uma espécie de bolha de isolamento, onde passamos a nem sequer avaliar a opinião alheia, de tão certo nos julgamos. Isso nos coloca em uma zona de conforto, onde aparentemente somos auto suficientes e tudo pode ser equacionado com nosso ponto de vista. É cômodo, mas pode ser perigoso, pois nos tira a capacidade de deixar aberta a porta para questionamentos e mudanças.
O problema fica pior quando passamos a ser hostis, ou desrespeitosos com pontos de vista diferentes. Infelizmente esse é um problema comum entre espíritas. Somos os herdeiros intelectuais dos hebreus. Julgamo-nos portadores da verdade mais completa que há na terra e passamos a desprezar qualquer ponto de vista em contrário, mesmo que Kardec tenha exortado o contrário, e nunca tenha fechado questão sobre o fim dos ensinamentos que seriam naturalmente enviados pela espiriualidade maior, uma vez que o mundo necessita continuar evoluindo em todos os aspectos.
Olhando por esse ângulo fica fácil entender que toda intolerância com o próximo baseada em discordância de opinião é insensata. Isso não significa não ter opinião formada sobre as questões que nos são importantes, mas simplesmente observar de forma isenta e tentar aprender, ou pelo menos exercitar nossa paciência e tolerancia.
Cada um segue na vida dentro do melhor que pode. Raríssimas hoje são as pessoas que de alguma forma não procuram estar conscientes, não buscam a reforma íntima, a melhora de seu estado emocional, a estabilidade das emoções, etc... Cada um segue por uma estrada que evidentemente tem um fim em comum, mas poderemos demorar a nos encontrar no fim, e nem porisso os que pensam diferente desmerecem nosso apoio.
Paulo é categórico em afirmar que todos os lutam por uma vida melhor e atuam de forma a implantar o evangelho na terra merecem nosso amor e grande estima. Não fala se a pessoa é da nossa religião, ou mesmo se tem uma religião. O que importa são as obras. Devemos realmente fazer um esforço nesse sentido, pois os principais beneficiados seremos nós mesmos.
Não há sentido em conviver somente com quem reza na nossa cartilha, e descatar opiniões em contrário. Na história da medicina vemos que muitas formas de cura, cirurgias, medicamentos, tiveram sua implantação adiada somente porque contrariava interesses nem sempre humanitários. Fazemos isso em nossas vidas diariamente. Por não abrir mão de velhos conceitos mantemos nossas relações desgatadas e infelizes, não abrimos nossa mente nem o coração para pessoas que aparentemente divergem dos nossos pontos de vista, mas que um exame mais minucioso mostraria se tratarem de trabalhadores do Cristo que agem por caminhos diferentes daqueles que elegemos.
A intolerância nos atrapalha em todos os aspectos. Retarda nosso crescimento, adia possibilidades maravilhosas de sanarmos nossas deficiências e conhecermos pessoas interessantes que poderiam nos ajudar muito. É hora de abrir o coração para mudanças, para o diferente, para o contraditório, com respeito e sabedoria.
Que a paz de Jesus nos abrace a todos.

26 agosto 2008

Bolsão do passado. Dra Giselle Fachetti

Quando atuamos em trabalhos mediúnicos de desobsessão somos levados a uma série de questionamentos. Deparamos-nos com os mais diversos tipos de obsessão e auto-obsessão.
Uma forma muito intensa de influência espiritual, de difícil resolução, é a ligação com experiências trágicas do passado, envolvendo grande número de pessoas.
Em nossos trabalhos chamamos essas situações de influência de um bolsão do passado. São influências potentes e desestruturadoras que comprometem a qualidade de vida do necessitado de forma severa. Manifestam-se das mais variadas formas, como crises de pânico, transtornos obsessivo-compulsivos, depressão severa e, inclusive, como d
oenças físicas de causas ignoradas como, por exemplo, a fibromialgia.
A abordagem e condução adequada do quadro complexo promovem um grande alívio, não só ao necessitado presente, quanto aos inúmeros envolvidos.
Os bolsões se formam a partir de experiências trágicas envolvendo coletividades. A energia de baixa vibração, que é condensada durante um episódio desses, é de tal forma potente que repercute sobre os envolvidos por milênios.
Não apenas as pretensas vítimas sofrem as conseqüências da influência, mas também, e especialmente, os chamados algozes. Como sabemos não existem vítimas inocentes, por isso a relação dos envolvidos não é de culpado e inocente, mas de doentes internados em uma mesma enfermaria.
Ao prestarmos assistência a um necessi
tado vinculado a um acontecimento desse porte, temos a oportunidade de aliviarmos aquele sofredor, e a maioria dos inúmeros envolvidos na tragédia.
Os médiuns costumam perceber a origem do problema como uma cena de guerra, de imolações, de genocídio. A cena é acessada através do necessitado presente. Ela fica como uma realidade virtual vibrando em sua mente, e na dos outros partícipes da experiência.
A grande quantidade de envolvidos que mantêm vínculo de memória com o acontecimento é que o torna real em uma dimensão virtual. Quando os médiuns percebem a cena, muitos dos espíritos que ali aparecem estão encarnados, mas mantêm sua mente ainda vibrando em sintonia com aquela dor. Outros já estão libertos do vínculo de dor, são apenas formas pensamento na mente do necessitado que se culpa pelo desastre.
Outros espíritos, em estado de total demência, se mantêm fixados naquela realidade, repetindo sofrida e indefinidamente as cenas que os desequilibraram, ignorando que pertencem a um passado longínquo.
Ao abordarmos a realidad
e virtual através dos caminhos oferecidos por um dos partícipes, com a ajuda dos mentores, desfazemos a força das energias negativas que perpetuavam a estrutura emaranhada daquela realidade virtual aparentemente perene.
Os envolvidos, que se mantém conectados, em espírito, àquela realidade, são libertados e recolhidos a casas de tratamento no astral. As formas pensamento são desfeitas. A aceitação de um passado doloroso é obtida por vítimas e perpetradores, então aquela triste realidade virtual é transformada energeticamente em um estado ameno, pacífico e construtivo.
A manipulação e transformação das energias materiais oferecidas pelos médiuns é realizada pelos mentores, o que permite a construção de albergues, escolas, e hospitais aonde a força mental coletiva de um grupo de doentes mantinha construções etéreas de dor, sombra e desespero.

Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores;
ali haverá pranto e ranger de dentes.
Mateus 25:30

O ranger de dentes é trocado pela esperança e pela instrução. O amor é a fonte de energia poderosa que transforma a dor em evolução, a paciência em redenção e a dedicação em luz.
A técnica de abordagem dos bolsões se inicia com a proteção do grupo de trabalho mediúnico e o revestimento dos trabalhadores em energias protetoras, representadas simbolicamente por vestimentas especiais, que permitem o trabalho em desdobramento em regiões de baixíssima vibração.
O grupo de médiuns, assessorados pelos mentores, transitam pelos vales de sombras recolhendo os mais graves. Os desequilibrados são sedados com energias calmantes, em tons de azul claro, e sua vibração é transmutada, em qualidade, pela cor violeta.

Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte,
não temeria mal algum, porque tu estás comigo;
a tua vara e o teu cajado me consolam.
Salmos 23:4
Após esse preparo energético os líderes rebeldes dos grupos de degredados são doutrinados, através de diversas técnicas que envolvem desde regressão de memória até progressão no espaço-tempo.
Na maioria das vezes os mentores prepararam caravanas de servidores do Cristo com as mais diversas especia
lidades, os caboclos que protegem os trabalhadores e cercam a área da excursão bendita. Os preto-velhos experientes em transmutação de energia, as Servas de Maria, enfermeiras caridosas.
O número de
entidades atendidas costuma ser contado entre centenas e milhares, por isso um complexo sistema de transporte é também previamente montado.
Os médiuns percebem apenas parte do processo, apenas aquilo que precisam para dirigir adequadamente o esforço mental de auxílio.
O conhecimento do processo
é de extrema importância, pois a energia doada conscientemente é mais potente e plástica do que aquela sem um propósito específico. A vontade e o amor do médium fortalecem exponencialmente a energia que ele doa de boa vontade.
Assim, quando as entidades todas foram recolhidas, passamos a transformar o ambiente inóspito em jardins, hospitais, albergues, escolas, conforme a orientação dos mentores repassada através da intuição dos médiuns.
E acontecerá que todo aquele que invocar
o nome do Senhor será salvo
Atos dos Apóstolos 2:21
A paz construída, em uma localidade habitada anteriormente por desespero e culpa, ressoa como bálsamo nas feridas ainda cruentas dos espíritos unidos por uma história de enganos caóticos. O que permite uma lenta, porém indubitável, recuperação dos doentes sob a assistência dos médicos do espaço nos Hospitais das Colônias Espirituais.


Giselle Fachetti Machado

17 agosto 2008

Animismo e Mediunidade em Crianças - Dr. Ricardo Di Bernardi

CONCEITO
Mediunidade em crianças, significa, que a criança tem percepção extra-sensorial isto é , capta, sente, e se inter-relaciona com outras dimensões; dimensões estas conhecidas pela designação de “mundo espiritual”.
Muitos consideram estas relações como meras fantasias infantis, mas, apesar destas fantasias existirem ( e são situações importantes para a criança e devem ser objeto de estudo do psicólogo e do pediatra), há também percepções espirituais claras, definidas, com diálogoslúcidos contendo informações comprovadamente desconhecidas pela criança, a serem confirmadas pelo estudioso.




LEMBRANÇAS DE VIDAS PASSADAS
Há crianças que se recordam, inclusive, de vidas passadas, conforme os milhares de casos documentados em inúmeras universidades. Em Virgínia, USA, por exemplo, Yan Stevenson, neuropsiquiatra, em seus arquivos, tem 2.000 crianças fichadas, com relatos bem detalhados. Tratam-se de crianças que informam muitas minúcias de vidas pretéritas, as quais são exaustivamente pesquisadas e, por fim, comprovadas. Tais informações compreendem a chamada Memória Extra-Cerebral (MEC), que não pertence ao cérebro, mas, sim, a uma outra estrutura energética (espiritual), da criança. São vivências que o espírito experienciou em vidas anteriores, gravadas nos seus corpos sutis, cujas vibrações extravazam para o consciente do infante.



FORMAS PENSAMENTO
Voltando às visões da criança, e excluindo-se as chamadas fantasias infantis, há situações em que a criança plasma determinada imagem (ideoplastia ou forma-pensamento), a qual é vitalizada com bioenergia (energia vital, fluido vital, prana). Exemplificativamente, se a criança crê, firmemente, no bicho-papão, e alguém sempre o descreve em detalhes, ela mentalmente criará a figura e alimentará esta forma-pensamento com sua energia dando-lhe vida aparente (transitória). Um médium vidente pode, facilmente, enxergar esta ideoplastia criada pela criança, decorrente de uma educação mal-orientada.


PERCEPÇÃO DE ESPÍRITOS
No entanto, existem muitas situações em que a criança, realmente, vê espíritos.
Nesta fase, isto é, até os 7 anos de idade (e, principalmente, até os 4), o infante tem seu corpo energético (espiritual) ainda não totalmente fixado ao corpo biológico. As “sobras” do corpo energético se constituem em janelas psíquicas, ou seja, aberturas para a percepção do campo espiritual. Algumas crianças, com a mielinização cerebral (amadurecimento dos neurônios), em idade um pouco mais avançada, “fecham” estas janelas psíquicas, fixando mais intensamente o perispírito e perdem esta facilidade de contato. Assim, não se deve falar, ainda, em mediunidade no sentido de mediunidade-tarefa propriamente dita.


SUGESTÕES DE CONDUTA
A mediunidade, bem explicada e bem conduzida, é idêntica à inteligência. Não é perigosa, a não ser se utilizada equivocadamente, incompreendida ou negada, etc. Em geral, diante de crianças que estejam enxergando espíritos, é recomendável:
1) Não negar ou afirmar que a criança NÃO ESTÁ VENDO. Ela (no caso) está vendo mesmo. Se negarmos, a criança acreditará que não é normal, ou está “pirada”;
2) Procurar identificar o nível ético da entidade extrafísica, por meio de perguntas (feitas à criança) sobre a conversa do espírito e avaliar as respostas;
3) Em se tratando de um ser de padrão ou grau evolutivo superior (“anjinho da guarda”), procurar estabelecer um diálogo fraterno, respeitoso porém atento com a entidade;
4) Em se tratando de um espírito sem a menor responsabilidade, mas sem intenções nocivas, procurar entrar em contato com o protetor espiritual do mesmo pedindo o seu afastamento, sem agressividade, com amor, e mentalmente solicitando o amparo dos nossos mentores espirituais;
5) Em se tratando de espíritos em situação de desequilíbrio mental, ou com intenções negativas, recomenda-se procurar um centro espírita, evitando-se, do contrário, certos trabalhos espirituais “pagos”, pois tais não são amparados por espíritos de luz;
6) Finalmente, ler e estudar o assunto, para inteirar-se das questões espirituais, a fim de fornecer explicações corretas às crianças.
Com isto, os resultados são muito bons, e estas crianças, cada vez mais sensitivas, acham-se mais abertas ao conhecimento e à espiritualidade superior.



Ricardo Di Bernardi é médico homeopata e presidente do ICEF- Instituto de Cultura Espírita de Florianópolis - Sc

04 abril 2008

PORQUE O MAGNETISMO ? Dr. Dezir Vencio


Um resumo para recordar.

HISTÓRICO

Magnetismo (Magnetum)-nome dado ao ima (exemplo de poder de atração)

Magnetista ou Magnetólogo-nome dado a quem se dedica ao seu estudo

Magnetizador - quem pratica / emprega o magnetismo

Mesmer (1779)- Teoria do Fluido Universal

Séc. XIX (James Braid)- alguns aspectos do Magnetismo Animal foram aceitos pela ciência oficial.


ALLAN KARDEC E O MAGNETISMO



AK fez uma larga experiência( 35 anos) de aprofundados estudos teóricos, práticos e comparados da ação e dos efeitos do Magnetismo :
- Revista Espírita ( RE )- junho/1858 “Ciência Magnética deveria ser inseparável da compostura;
- LE – Q-555 : Ligações entre as ciências Magnética e Espirírita- o conhecimento lúcido dessas ciências que formam uma única.;
-LM cap II do maravilhoso e do sobrenatural itens 15 e 16
. 1tem 15 – do mesmo modo que o Magnetismo , ele ( o Espiritismo), nos revela uma Lei senão desconhecida, pelo menos mal compreendida : conhecem-se os efeitos chegamos a Lei ( a ignorância da Lei gera a superstição ). O conhecimento da Lei acaba com o MARAVILHOSO os fenômenos entram na ordem das coisas Naturais.

Item 16- os fenômenos Espíritas , assim como os Magnéticos, antes que se lhes conhecesse a causa tiveram que passar por prodígios.

ESE- cap. XIX item 12
Pelo estudo do Espiritismo e do Magnetismo, os milagres se tornarão completamente compreensíveis-serao efeitos naturais.
Cap. XXVIII item 77
O Magnetismo nos dá a conhecer o poder da ação fluídica e o Espiritismo nos revela outra força poderosa na mediunidade curadora e a influencia da prece.

A GENESE – cap. XV item 9
Os fenômenos Magnéticos e o Espiritismo mostrando a Naturalidade do
Poder da Dupla Vista de JESUS
OBRAS PÓSTUMAS- Item 61
O Espiritismo não faz senão substituir o Magnetismo , ou antes, vestir-se
Com o seu nome. Não se pode roubar à matéria as Leis Magnéticas, do
Mesmo modo que, ao Espírito, as Leis puramente espirituais.

RE- ed. Marco de 1858- Art. Magnetismo e Espiritismo
O Magnetismo preparou o caminho do Espiritismo e os rápidos progressos desta última doutrina são incontestavelmente devidas à vulgarização das idéias sobre a primeira. Dos fenômenos Magnéticos, do Sonambulismo e do Êxtase
Às manifestações espíritas há apenas um passo.


Quando o pensamento está em alguma parte, a ALMA também aí está, pois que é a alma quem pensa. O pensamento é um atributo.
O Espírito quer , o Perispirito transmite e o corpo executa..
A nossa vontade atua mais sobre nós que fora de nós; produz uma atividade maior no cérebro e em todos os plexos e daí resulta uma emissão maior e mais intensa na ação;vontade com maiores firmeza e continuidade resulta em emissão abundante e intensa.
“Vontade e Confianca ( FÉ) tornao mais eficiente a ação Magnética todas as vezes que empregais com Fé o Magnetismo e visando exclusivamente a obter alívio para a humanidade , vossos guias vos auxiliam, pela ação do Magnetismo Espiritual, imperceptível para vós”.
Segundo orientação didática proposta por AK podemos dizer que o Magnetismo ( PASSE) divide-se em três modalidades :
- ESPIRITUAL- os fluidos provem basicamrente do mundo espiritual
-MAGNÉTICO- conta com maior profusão fluídica do magnetizador(passista)
( vital, anímico ,magnético etc)
-MISTO- conjugação fluídica proporcinal: espiritual e humano (magnético)


Contando com sua larga experiência de 35 anos de aprofundados estudos teóricos , práticos e comparados da ação e dos efeitoe do Magnetismo AK , o Codificador do Espiritismo, soube reconhecer a importância dessa unidade (Espiritismo e Magnetismo são uma única ciência)

FONTES PARA CONSULTAS



- AK
-JACOB MELO
- Manual Prático do Passista
- Reavaliando Verdades Distorcidas
- MICHAELUS
- Magnetismo Espiritual


COMPLEMENTANDO ITEM ITEM 15 LM cap. II :

- A Gênese- cap. XIII item 13
- O Céu e o Inferno primeira parte cap X item 10
- RE- ed. Outubro de 1859 Art. Os Milagres
- RE ed 1860. Art. O Maravilhoso e o Sobrenatural.

17 março 2008

Cuidando de um filho com doença grave.

Em nossos atendimentos na pediatria do Hospital do Câncer de Goiânia (Hospital Araújo Jorge) temos acompanhado de perto o sofrimento, muitas vezes, desesperador dos pais cujos filhos são portadores de doenças graves. Realmente algumas doenças são de muito difícil aceitação pelos pais. Muitos deles não se importariam em sofrer várias vezes mais o que os filhos sofrem, mas se fecham de forma dolorosa para a vida ao observar diariamente o avançar da doença.

É bastante comum que os pais se percam em indagações do tipo : - O que eu fiz? Será que na gestação prejudiquei meu filho? Foi algum remédio que tomei? Foi porque no início nós rejeitamos a gravidez? É algum castigo para nossa família?

O problema não é somente se perder nesses questionamentos, mas se deixar levar pela tristeza e pela melancolia, vivendo quase como zumbi, sem conseguir se emocionar com mais nada. E quando a evolução da doença leva ao desencarne da criança, uma depressão profunda, longa e de difícil resolução pode acompanhar os pais, em especial a mãe.

Dentro de nossa Comunidade espírita, temos a oportunidade de observar diariamente que a causa para as doenças graves nas crianças tem raízes profundas no psiquismo, nas vivências passadas que hoje exigem reparação, disciplina, ensinamento e mudança de vida. O mais interessante é perceber, que quando a espiritualidade permite a regressão de vivências passadas até o ponto que chamamos de acordo pré-encarnatório, os pais, sem exceção, se comprometeram a cuidar e enfrentar o problema, baseados na vontade de acertar e reparar erros pretéritos.

Quando desencarnamos, perdemos o corpo físico, essa roupagem transitória, e passamos a habitar na espiritualidade, de acordo com a nossa "densidade" espiritual. Já dizia o Cristo, há muitas moradas na casa de meu Pai. Durante nossa estadia na erraticidade, aprendemos também e muito, sobre valorização da vida, e podemos observar com outra ótica as dificuldades que passamos, e aí, iniciamos nossa preparação para a volta, para o reencarne. Nesse momento mentores amorosos reúnem nossa futura família e passam a traçar planos que poderão nos levar a tão sonhada libertação espiritual.
Nesse instante, imbuídos da melhor intenção, e vontade verdadeira de modificar nosso passado através do amor, enxergamos nas dificuldades programadas em nossas vidas, imensas oportunidades de mostrarmos ao Pai maior, o quanto o amamos e o quanto já evoluímos. Aceitamos nossos antigos conhecidos como filhos e prometemos auxiliá-los nessa nova roupagem, prometendo que tudo faremos para que a fé e o amor nunca lhes falte. Juramos que vamos entender que eles não são frágeis e inocentes seres desprotegidos, mas espíritos eternos que vem resgatar pelo amor e pela dor, débitos do passado, porém com a diferença de que nós estaremos lá, para ajudá-los.
O papel dos pais nessa situação não é fácil, é lógico! Mas é necessário entender que somos antes de tudo cuidadores dos filhos. Eles não são nossos, não são nossa propriedade e não é nossa responsabilidade tudo o que acontece com eles. Eles tem vida própria e assim devem viver, porém contando sempre com nossa experiência e amor, que na maioria das vezes é incondicional. É preciso ter a certeza absoluta e irrestrita que Deus a tudo governa e dirige, pelo amor. Não há acasos. A doença na maioria das vezes é uma decisão amadurecida e pensada do lado de lá, antes do reencarne, uma escolha consciente e de mão dupla, que dá aos pais e aos filhos a oportunidade de libertação dos traumas e vivências transatas.

Não podemos mais desperdiçar as oportunidades que a vida nos trás para demonstrar nossa capacidade de resignação ativa, lutando pela vida, mas tranquilos e com fé. Se você é pai de uma criança com um problema grave, persista, ame, mas procure ajuda na sua família, na sua religião, independente de qual ela seja, pois em todas existem pessoas bem intencionadas e dispostas a te ajudar nesse momento importante. Se você já vivenciou algum problema dessa monta, ajude quem necessita e se vê sem saída, fale de suas dores, e dê seu testemunho e exemplo.
Se você tem um filho saudável, não espere que ele adoeça para expressar a ele o quanto o ama, e mostrar a Deus a sua gratidão. Faça isso agora mesmo.
Paz e luz!

06 março 2008

O desdobramento espiritual coletivo. Dra Giselle Fachetti

A meditação nos permite a conexão com esferas superiores e é extremamente útil no nosso desenvolvimento espiritual, entretanto, para a maioria das pessoas é um processo difícil e inacessível, pois exige concentração e persistência.
Atividades como essa pressupõem, ainda, aprendizado e treinamento. Portanto, necessitam de repetição para que atinjam seu máximo de aperfeiçoamento, conforme as limitadas possibilidades humanas.
Quando estamos em um grande grupo de pessoas a heterogeneidade de capacidade e potencial é uma certeza. Nem por isso é impossível conseguirmos alguma uniformidade e progresso no exercício da meditação, de forma coletiva.
O objetivo de um treinamento desse tipo é que cada indivíduo possa vir a dar os primeiros passos de uma importante e necessária viagem ao seu próprio interior. Viagem essa, que o fará identificar em si aquela porção mais pura e elevada que é a centelha Divina que nos vivifica.
Com a evolução da prática, em qualquer um dos vários métodos de meditação existentes, os indivíduos passarão a se conectarem mais facilmente com dimensões vibracionais superiores, dimensões aquelas em que habitam nossos guardiões e benfeitores espirituais.
Fazemos, rotineira e sistematicamente esse exercício em nossa Casa Espírita, ao final das palestras, como preparação para o passe. Usamos para isso a técnica do desdobramento espiritual.
Essa técnica foi estudada e descrita por José Lacerda de Azevedo, médico espírita gaúcho, ainda nos anos cinqüenta. E, consiste no afastamento do corpo espiritual (corpo astral) do corpo físico, facilitando assim, a percepção das dimensões não materiais que nos cercam.
Quando utilizamos essa técnica, mesmo em um grande grupo de pessoas, desde que tenham em comum a vontade profunda de alcançarem novos patamares de evolução espiritual, obteremos, certamente, resultados positivos, obviamente diversos em grau, tantos graus quantos forem o número de presentes na reunião.




Porque onde estiver vosso tesouro,
aí estará também o vosso coração.
Matheus,6;21.
Alguns, que dão ainda os primeiros passos nos trabalhos voltados à pesquisa das características de seu eu mais profundo, nada perceberão, pelo menos de forma consciente. Outros, acompanharão facilmente o grupo nas viagens astrais, guiados pelos coordenadores encarnados e desencarnados do processo.
Não esperamos, nem observamos, processos mágicos e redentores automáticos, afinal na natureza não existem saltos, especialmente, em relação às conquistas individuais. Teremos, todos, que passarmos por todas as etapas graduais do treinamento, se ansiamos pelo progresso redentor.
Aqueles, que imediatamente se sentem parte do processo, que o percebem como uma realidade diferente (nem por isso menos verdadeira), aqueles que logo conseguem conectar-se com seus mentores e que percebem o gigantesco trabalho de auxilio espiritual que é empreendido nestes momentos sublimes de trabalho coletivo, certamente, já haviam treinado essas técnicas em experiências encarnatórias anteriores.
Outros, começaram apenas recentemente, agora mesmo, nos últimos minutos de sua jornada terrena. Portanto, só terão condições de experimentar percepções mais discretas, que gradualmente se tornarão mais nítidas, conforme sua boa vontade e esforço em penetrar nessa realidade sutil.
Todos chegaremos aos mais altos níveis de elevação espiritual e, o auxílio de uns para com os outros é vital para que o processo se acelere. Essa técnica, e muitas outras, que surgem atualmente, no transcorrer do terceiro milênio, são recursos aceleradores de nossa cura (transformação) espiritual coletiva.
Esses recursos pedagógicos nos têm sido caridosamente ofertadas pelos servidores do Cristo, através da inspiração dos encarnados que se dedicam ao auxílio de seus semelhantes, para que maior número de espíritos seja resgatado das trevas da ignorância, no milênio da regeneração.
Trabalho, este, que pela sua urgência só pode ser realizado nas dimensões em que se faz necessário, com novas técnicas, não só mais abrangentes como mais eficientes.
O exército do Cristo, assim, crescerá não só em contingente mas, principalmente, na qualidade dos soldados que agora arregimenta, pois que seu treinamento será intensivo e baseado nos mais sólidos pilares evangélicos.
Agora estão prontos alguns servidores, em futuro próximo, muitos outros estarão. Cada grupo carrega sobre seus ombros a responsabilidade sobre aqueles que Deus coloca em seu caminho.
Os Trabalhadores do Senhor não escolhem seu trabalho, fazem o que lhes é determinado com alegria e dedicação e assim estamos procurando agir.
A ação em prol do bem será mais gloriosa na proporção em que nos dediquemos ao estudo para estarmos em condições de recebermos a ajuda que nossos mestres querem e precisam nos transmitir.
O contato com as forças do bem será estreitado na medida em que incluamos todos os necessitados do pão do espírito nos intercâmbios saudáveis e responsáveis com os planos imateriais da existência.
É a democratização do conhecimento, por que tudo deve ser revelado e nada deve ser ocultado. Não existem iniciados, privilegiados ou escolhidos. Somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai.

Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se,
nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz.
Lucas,8;16.


Giselle Fachetti Machado.

17 fevereiro 2008

Auto-obsessão. Porque insistimos em nos sabotar?

Cada pessoa é aquilo que crê; fala do que gosta; retém o que procura; ensina o que aprende; tem o que dá e vale o que faz.
Sempre fácil, portanto, para cada um de nós reconhecer os esquemas de vivência em que nos colocamos.
Espírito: EMMANUEL
Médium: Francisco Cândido Xavier



A tentativa de associar a medicina tradicional com técnicas complementares tem nos mostrado uma faceta muito interessante das doenças, que é justamente a auto-obsessão, ou seja, essa nossa capacidade inata e nem sempre consciente de nos prejudicar, mantendo em nós mesmos aquilo que nos aflige. Muitas pessoas quando ouvem falar em obsessão pensam logo em espiritismo e influência espiritual. Mas aqui falamos de auto-obsessão, que acreditem, é bem mais comum do que imaginamos.

A influência espiritual na vida das pessoas é bíblica, não foi inventada pelo espiritismo. Quem lê os textos sagrados com cuidado percebe facilmente que era uma crença arraigada no povo judeu e outros, a influência de espíritos desencarnados, de "espíritos imundos" causando doença, loucura, idiotia, etc.

Não queremos menosprezar essa influência, pelo contrário, mas somente abordamos aqui o complemento dessa história, que diz respeito a esse auto-boicote, que nos faz manter padrões de comportamento, pensamentos e atitudes que nos prejudicam.

Dias atrás assistindo ao programa da Oprah Winfrey, a mais conhecida apresentadora americana, um psicólogo dava uma entrevista dizendo que "o crescente aumento de usuários de drogas, de álcool e de cigarro, assim como o aumento da obesidade, podem ter como causa comum a necessidade que temos de manter em nós o sofrimento". Ele citava um exemplo bem prático. "Fulano é obeso e diz que essa é a causa do fracasso no seu casamento. Se ele emagrecer e o problema não acabar pra onde vai a culpa?"

Em nossos núcleo de atendimento espírita, temos frequentemente nos deparado com situações como essas. A nossa ligação com o passado é tão forte, que simplesmente não conseguimos nos desligar de padrões de comportamento adotados em vivências diversas que já tivemos. Daí surgem os conflitos, dissociando o que aprendemos do que fazemos. É o famoso "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço". Todos temos esse comportamento em maior ou menor grau, e isso não se constitui em desvio de caratér ou falsidade, se dá somente pelo fato que vivenciamos no mundo inteiro uma abertura, uma mudança de paradigma que nos coloca frente a ensinamentos maravilhosos e nos provocam uma inequívoca vontade de mudança profunda.

Conhecereis a verdade e ela vos libertará, dizia o Cristo. Todas as religiões vivem esse momento especial, cada uma a seu modo. A ciência começa a se aprofundar no estudo da relação emoção X físico, a física quântica começa a nos indicar que existe mais do que a matéria que nos serve de roupa terrena. Quando entramos em contato com essa boa nova do terceiro milênio, onde o espírito sobrepuja o físico ficamos maravilhados, mas sentimos também o imenso caminho que ainda teremos de percorrer para alcançar a nossa libertação individual, para nos desprender do nosso passado de culpas e mágoas.

Essa caminhada deve ser feita com segurança, com muita compaixão por nossas dificuldades, nos tratando como tratamos um filho, ou nossos pais quando lhe sentimos uma falta. A auto-obsessão tem dois lados opostos, ambos maléficos. Podemos nos cobrar demais e transformar nossa vida num eterno "pecado". Tudo é errado. Ou podemos boicotar nossa evolução, nos agarrando em nossas convicções que nos mantém imantados a erros primários.

Maisa Intelisano também nos fala da auto-obsessão "reversa", aquela em que acreditamos ser ou fazer mais do que realmente somos e fazemos, aquela que conduz à fascinação auto-referente, aquela que, inconscientemente, nos faz pensar que somos especiais, superiores... Essa é ainda mais perigosa do que a primeira, pois nos ilude com uma falsa sensação de bem-estar, realização, bondade, etc., fazendo-nos crer que estamos felizes e saudáveis. A outra, por nos trazer desconforto, nos ajuda a buscar os pontos que precisamos mudar. Mas a "reversa", ao contrário, nos confunde com a falta impressão de que não precisamos mudar tanto assim.

Temos a eternidade para realizar nosso papel, mas podemos começar agora, nos libertando de preconceitos, de mágoas, de culpa, de raiva, e sendo gratos a Deus poe estarmos aqui, vivendo em um mundo tão repleto de oportunidades para ser cristão.

Paz e luz!

08 fevereiro 2008

Rituais e rotinas.- Dra Giselle Fachetti

A Doutrina Espírita prescinde de rituais de qualquer espécie por entender que a transformação íntima para o bem é que nos conduz a Deus e não qualquer fórmula exterior.
Entretanto, observamos que com o objetivo de preservar esse despojamento próprio da filosofia Espírita, alguns grupos consideram as rotinas de culto, ou sistematizações, como rituais.
A ordem com que se conduz um culto não é pré-determinada para as Casas Espíritas de uma forma geral. Cada unidade, em particular, tende a estabelecer rotinas que facilitem o trabalho comunitário e que permitam um melhor preparo vibratório para cada uma das diversas atividades desenvolvidas em sua estrutura.
Um ritual, segundo a wikipédia, é um conjunto de gestos, palavras e formalidades, várias vezes atribuídas de um valor simbólico, cuja performance das quais é usualmente
prescrita por uma
religião ou pelas tradições da comunidade.
Essa organização, sem dúvida, influi na qualidade dos trabalhos. Entretanto, qualquer sistematização redund
a em repetições de padrões, o que ao longo do tempo pode se transformar, inadvertidamente, em rituais ao incorporarem equivocadamente significados irreais.
Se o grupo não mantiver uma rotina de estudo e, principalmente, de reavaliações críticas periódicas, essas posturas confusas podem tomar proporções exageradas.
Isso aconteceu em todos os grupos religiosos que hoje são reconhecidos e
influentes. Eles ao crescerem e se hierarquizarem, passaram a absorver interesses outros que não apenas os puros ideais de fraternidade presentes nas origens desses movimentos.
Por isso, entendemos as preocupações de diversos lideres Espíritas, mas consideramos, por exemplo, o banimento da oração dominical nas sessões espíritas públicas, ou atitudes semelhantes, como exageros, por sua vez também equivocados.
A prece deve sempre ser sentida e não apenas repetida. Uma prece conhecida por todos, pode sim, ser recitada de forma uníssona, como um meio para que um grupo tenha sua vibração harmonizada, o que provavelmente potencializará exponencialmente sua eficácia.
Os dirigentes terão que ter o cuidado de sempre conclamar a assembléia de ouvintes para que tenham consciência de que aquela repetição não pode ser automática. Para isso, o estudo minucioso do sentido da oração escolhida deve ser refeito incansavelmente.
Além disso, não podemos deixar de reconhecer que ao repetirmos uma antiga oração estamos, também, reverenciando os grandes avatares do progresso humano, como o Mestre Jesus.
Eles misericordiosamente nos legaram as mais profundas, belas e significativas poesias em forma de prece, colaborando, assim, para nos aproximarem do Criador, pelo menos nos breves momentos em que nos dedicamos àquela prece em particular. Ao repetirmos os sublimes ensinamentos dos mestres iluminados os introjetamos, lentamente, em nossa consciência carente de luz.
Esse exercício, ao longo do tempo, terá certamente uma repercussão positiva que nos tornará capazes de contactar as esferas espirituais superiores através de atitudes mentais individuais e únicas. Possivelmente transmitiremos aos nossos descendentes essas experiências na forma de preces inéditas, que serão proferidas em honra do Criador nas assembléias de jovens livres dos preconceitos e amarras que ainda nos prendem às formas e fórmulas.


Giselle Fachetti Machado

25 janeiro 2008

Há uma causa espiritual para o diabetes?







Diabetes Mellitus é uma doença sistêmica, caracterizada pela incapacidade do organismo em controlar a glicose (açucar). Um hormônio chamado insulina, produzido no pâncreas é o responsável por metabolizar o açucar, armazenando esse importante nutriente no músculo, na gordura e no fígado. Quando ocorre a destruição auto-imune das células que produzem insulina (células Beta) temos o diabetes tipo 1. No tipo 2 ocorre um misto de produção deficiente com uma dificuldade na ação da insulina, a chamada resistência insulínica, causada principalmente pelo excesso de peso. Sem dúvida alguma a glicose é a nossa principal fonte de energia e qualquer descontrole no seu metabolismo pode levar a consequências severas.
Estima-se que em 2025 teremos mais de 350 milhões de diabéticos no mundo, o que sem dúvida nenhuma se consolidará como o maior problema de saúde pública do planeta.
Pensando sempre sob a ótica médico-espírita, reencarnacionista, como endocrinologista nos sentimos intrigados com os porques. Crendo num Deus que se apresenta como um Pai amoroso e extremamente misericordioso, não podemos concordar com a ótica defendida por alguns segmentos que mesmo crendo em vidas sucessivas, atribuem o sofrimento humano a Lei de Talião - olho por olho, dente por dente. Estariam os diabéticos pagando por algum mal que praticaram no passado? 
Com certeza, todos nós colhemos os frutos que plantamos no passado, quando ainda andávamos completamente distantes do caminho traçado por Cristo. Mas isso não configura um ato de vingança da vida contra nós, nos submetendo a tortura e doenças pré-determinadas. Os atos praticados nas vidas anteriores ficam impressos no nosso psiquismo e consequentemente em nosso corpo sutil (perispírito), promovendo a tendência a determinadas doenças, tendência essa que atuando energeticamente nos genes, atrai o óvulo mais apropriado e também o espermatozóide mais condizente com nossas necessidades.
Quando observamos o diabetes fica claro que não existe uma causa simples, do tipo o fulano deu um tiro no coração do beltrano na vida passada e agora nessa vida veio com um problema na válvula cardíaca. A genética do diabetes é poligênica, ou seja, não existe só um gene responsável pela doença, são vários e cada pessoa tem uma característica diferente da outra, e é por isso que alguns diabéticos não cuidam tanto e vivem quase normalmente e outros apesar dos cuidados intensivos apresentam várias complicações da doença.
Se não há uma causa única, porque quase 10% da população apresenta essa doença séria? O diabetes é hoje a principal causa de doença cardiovascular do mundo!
Entendemos que o sentido é mais corretivo, é na verdade uma grande oportunidade do paciente diabético despertar para necessidades evolutivas, fato que poderia não ocorrer se ele não apresentasse a doença. Raciocine comigo :
- Um adolescente com diabetes é levado desde cedo a ter uma alimentação saudável, não fumar, não ingerir bebida alcoólica e não usar drogas. Tem um conhecimento muito grande do seu corpo e de suas reações e com isso amadurece muito mais cedo. Isso tem de ser entendido como um fator positivo e não como um castigo como alguns pais enxergam, por mais dificil e complicado que seja ter um filho com diabetes. Ou Deus está no comando e tudo é para o nosso bem, ou nada tem sentido.
- O diabetes proporciona o treinamento da disciplina. Quem já teve uma baixa na glicose (hipoglicemia) sabe muito bem o que é isso. Há de se ter horários para tudo, para alimentação, para o remédio e para o exercício. Será que os diabéticos já pararam para pensar nisso? Em como um comportamento sem compromisso e sem disciplina pode ter prejudicado outros num passado distante ou recente?
- Humildade! Como uma doença crônica como o diabetes faz com que os pacientes percebam na sua totalidade a pequenez da espécie humana. Na dor, no sofrimento da família, na impotência dos pais em curar o filho, temos uma maravilhosa lição de humildade perante a grandeza da vida, nos mostrando que toda soberba é ridícula, que toda sensação de grandeza é ilusória.
- Um dos principais fatores de descompensação da glicose são os problemas emocionais. Tentando não descontrolar o diabetes, o paciente aprende a ser mais tolerante com o próximo e tenta (pelo menos deveria tentar) deixar de se irritar com tudo e aprender a respeitar a diferença, preservando assim a sua saúde.
Passaríamos horas discorrendo sobre todas as possibilidades, mas o texto acima talvez resuma o mais importante em relação a necessidade dos diabéticos. Se você tem diabetes, pense nisso e aproveite a doença para observar quais são as suas dificuldades, o que é mais urgente que você modifique na sua forma de agir, de pensar e de se relacionar com as pessoas. Se você tem tendência a diabetes, tem parentes com a doença e está acima do peso, é sedentário, tem alimentação inadequada e bebe muito, mude enquanto é tempo. Não vá atrás da doença e depois fique falando que Deus castiga. Previna, mude seu comportamento antes da doença se instalar.
Paz e luz!

20 janeiro 2008

Destino - Dr Ricardo Di Bernardi



O destino se constrói a cada momento de nossa existência. Se é verdade que hoje navegamos pelo rio da vida com a canoa que construímos com os golpes do machado de nossos próprios atos, também é verdade que nos cabe remar no sentido que desejamos e sujeitando-nos a avançar lenta ou velozmente no rumo a ser alcançado. A cada instante reforçamos os mantimentos de nossa bagagem pelo apoio de coraçòes amigos que promovem amparo fraternal.

Nosso livre arbítrio nos permite, a todo momento, jogar para fora do barco o lastro excessivo das pedras da culpa que imaturamente juntamos no decorrer de nossa jornada.

O esforço próprio para vencer a correnteza das adversidades da existência, leva-nos a escolher os afluentes de águas menos caudalosas, embora de percurso mais longo, Sem as surpresas dos rochedos ocultos que desafiam nossa visão limitada. O equipamento de bordo é fruto das nossas possibilidades, entretanto, a direção do barco da vida depende de nós.

Não há carma estático. A idéia de que o destino já está indelevelmente traçado existe nas estreitas mentes que se espremem no desfiladeiro limitado pelas muralhas pétreas da rigidez de percepção. O carma é dinâmico e sofre modificação a cada pensamento nosso. Quando pensamos, ocorre movimentação de energias, emissão de ondas e criação de situações atenuantes ou agravantes aos problemas.

É verdade que somos peixes livres no aquário da vida. No entanto, estamos limitados as quatro paredes envidraçadas que correspondem aos pontos cardeais de nossa dimensão física; livres apenas no espaço dimensional que conhecemos, porém mergulhados em outros espaços que não percebemos.

Na trajetória da vida, os atos construtivos e amorosos além de conquistar a simpatia e o amparo ao nosso redor, geram vórtices energéticos superiores em nossa estrutura espiritual. A presença destas energias sutis suavizam acentuadamente nossas desarmonias energéticas, bem como reduzem nossas tendências a determinadas situações de desequilíbiro e sofrimento.

No trânsito pelo campo da vida podemos, a cada momento, espargir as sementes do amor que celeremente desabrocham nas flores perfumadas do companheirismo , em criaturas que amadurecem como frutos saborosos da solidariedade humana.

O carma, OU O DESTINO, devem ser compreendidos sempre como uma tendência a determinadas situaçòes decorrentes de nossa natureza psíquica, a qual foi elaborada nas múltiplas existências. Nada impede que lutemos contra elas, ao contra'rio, mentores espirituais nos amparam constantemente infundindo força para vencermos, evitando, muitas vezes, sofrimentos desnecessários.

Dr. Ricardo Di Bernardi é presidente do Instituto de Cultura Espírita de Florianópolis, o ICEF. Para maiores informações veja em http://www.icef-sc.com.br/

08 janeiro 2008

Estresse e espiritualidade - Dra Marlene Nobre

Para o grande público, estresse é uma situação psicologicamente agressiva que repercute no corpo. Este, porém, é apenas um dos aspectos do estresse, a sua versão psicossomática, há outros, porém, a serem considerados. Na verdade, o ser humano vive em estado de estresse permanente, bombardeado por fatores estressantes diversos - físicos, psico-emocionais, e espirituais - que lhe exigem constante adaptação ao mundo que o cerca.
Os fatores estressantes emocionais tanto podem ser tristes, como a morte de um ente querido, o desemprego, quanto felizes, como o sucesso do atleta ou as alegrias do reencontro - todos desencadeiam, do mesmo modo, os mecanismos e as conseqüências do estresse. O mesmo acontece em relação aos abalos nervosos, como no estado de cólera, medo, etc., assim como frente aos fenômenos físicos nocivos -frio, calor, fadiga, agentes tóxicos ou infecciosos, jejum, exercícios físicos exagerados, etc.
Na verdade, o estresse é a resposta não específica que o corpo dá a toda demanda que lhe é feita. Ele corresponde à interação entre uma força e a resistência do organismo a esta força. É o complexo agressão-reação.
Se a agressão é ocasionada por uma grande diversidade de fatores, a reação comporta uma parte idêntica, comum a todos os indivíduos, e uma parte própria de cada um, denominada "coping" ou aspecto específico da reação não específica.
A medicina hoje considera a doença como sendo a resultante da agressão mais a reação não específica, mais reação específica. Isto pode ser resumido em estresse mais coping. Desse modo, considera-se a originalidade própria das reações específicas ao agente estressor, superpostas às reações não específicas do estresse, criando a diversidade dos aspectos clínicos.
Em 1936, Hans Selye, descobridor do estresse, publicou os seus primeiros trabalhos sobre o assunto. Em 1950, descreveu a Síndrome Geral de Adaptação - Reação de Alarme, estágio de Resistência e de Exaustão - com seus aspectos bioquímicos e endócrinos, mostrando qual a reação não específica do organismo às agressões do mundo exterior. Para ele, a intensidade da demanda, a duração e a repetição determinam a resposta. E condiciona o bom ou o mau estresse à eficiência ou não da fase de adaptação. Para Selye, todo indivíduo tem um capital de energia biológica diferente e pode consumir suas reservas conforme tenha maus estresses.
Na reação de alarme, a primeira resposta do organismo ao estresse, entra em ação o sistema hipotálamo-simpático-adrenérgico que prepara o organismo para a luta ou fuga. Entram em jogo a adrenalina e a noradrenalina, com isso, há muita produção de glicogênio, taquicardia, respiração acelerada, concentração do sangue nos vasos principais e nos músculos estriados, inibição dos sistemas digestivo, sexual e imunológico. Depois disso, outro sistema vai entrar em jogo, o hipotálamo - hipófiso-suprarrenal com produção de ACTH e corticóides.Esses sistemas entram em funcionamento na fase de reação e o organismo pode sofrer esgotamento ou entrar na fase de exaustão, tendo como resultado final doença e morte. São inúmeras as doenças de adaptação, entre elas, hipertensão, úlcera, hemorróidas, ataques cardíacos, acidente vascular cerebral, diabetes, enxaqueca, etc.
Hoje, como avanço dos estudos, considera-se o sistema limbo-hipotálamo-hipófiso-suprarrenaliano (LHHS). Através do hipotálamo na zona parvocelular mediana do núcleo paraventricular (NPV), são liberados o CRF, o Fator de liberação corticotrófico (Corticotrophin Releasing Factor) e a Argenina Vasopressina (AVP) - que determinam a liberação de ACTH pela hipófise e esta o cortisol pela suprarrenal.Com vemos, o estresse está ligado ao centro das emoções no hipotálamo, assim é importante o estudo de fatores como o medo, a raiva, etc, nos seus mecanismos e reações. Assim, quando o indivíduo sente raiva, por exemplo, é como se ele estivesse diante de um predador, de um perigo iminente e isto desencadeia a reação.
Como vimos, cada indivíduo tem uma reação específica frente ao estresse. Ele coloca suas estratégias de ajuste cognitivas e comportamentais, o "coping", para fazer face aos agentes estressores.
As pesquisas têm demonstrado que doenças como depressão estão absolutamente ligadas ao estresse. Investigação ampla, realizada em 52 países, da qual participou o dr. Alvaro Avezum, do Brasil, acerca dos fatores de risco da doença cardíaca, demonstrou que os psico-sociais entram em mais de 30% dos casos.
O estresse é o campo da medicina que reunifica corpo e alma. O seu estudo está, portanto, intimamente ligado à espiritualidade.Segundo as lições espirituais dadas em 1947, no livro No Mundo Maior, o nosso cérebro tem três áreas distintas: a inicial, onde habita o automatismo e que está no plano subconsciente, a do córtex motor que engloba as conquistas do hoje e está na área do consciente e a dos lobos frontais que representam o ideal e a meta superiores e estão vinculados ao superconsciente. Esta classificação encontra respaldo no livro de Paul Maclean, de 1968, The Triune Brain in Evolution, que nos fala acerca dessas três regiões, afirmando que vemos o mundo através de três cérebros distintos.
Aprendemos também com os Instrutores Espirituais que somos seres em evolução. Quanto mais perto nos encontramos da animalidade mais agimos com instintos e sensações. Com o passar do tempo, e a evolução espiritual conseqüente, passamos a ter sentimentos, sendo o amor, o mais sublimado deles.Se estamos escravizados aos instintos, a maneira pela qual fazemos face aos fatores estressantes é muito primitiva e resulta quase sempre em um mau estresse.
Aprendemos também que é preciso humildade para vencer a animalidade inferior. Infelizmente, porém, em nossas relações em sociedade e no lar estamos muito longe desse sentimento sublime que está intimamente ligado ao amor.
Assim, a fé é importante porque abre as portas do coração para sentir e viver o amor divino em nossas vidas. Através da oração, da meditação, da compreensão do valor da dor, temos a possibilidade de conhecermo-nos a nós mesmos e a reagirmos de forma mais equilibrada às tensões da existência humana. Compreendemos, igualmente, que é preciso treino para o perdão e para eliminação da raiva, da inveja, da mágoa e de outros sentimentos negativos.
A nossa busca da paz para viver no lar, no ambiente de trabalho, dentro da sociedade tem de ser centralizada em Jesus, o Médico da Almas, que afirmou ter a paz verdadeira para nos oferecer. Chico Xavier disse com muita sabedoria: "A paz em nós não resulta de circunstâncias externas e sim da nossa tranqüilidade de consciência no dever cumprido." Para vencer positivamente o estresse é preciso guardar a paz, tê-la como patrimônio. E esta pacificação interior que é responsável pelo sucesso do "Coping", só será uma conquista definitiva quando houver harmonia entre os três cérebros. Para isso, no entanto, é imprescindível não esquecer que é preciso fé em Deus e obediência às Suas Leis.
* Dra. Marlene Nobre é presidente da Associação Médico Espírita do Brasil e Internacional
Para maiores informações - http://www.amebrasil.org.br