17 março 2008

Cuidando de um filho com doença grave.

Em nossos atendimentos na pediatria do Hospital do Câncer de Goiânia (Hospital Araújo Jorge) temos acompanhado de perto o sofrimento, muitas vezes, desesperador dos pais cujos filhos são portadores de doenças graves. Realmente algumas doenças são de muito difícil aceitação pelos pais. Muitos deles não se importariam em sofrer várias vezes mais o que os filhos sofrem, mas se fecham de forma dolorosa para a vida ao observar diariamente o avançar da doença.

É bastante comum que os pais se percam em indagações do tipo : - O que eu fiz? Será que na gestação prejudiquei meu filho? Foi algum remédio que tomei? Foi porque no início nós rejeitamos a gravidez? É algum castigo para nossa família?

O problema não é somente se perder nesses questionamentos, mas se deixar levar pela tristeza e pela melancolia, vivendo quase como zumbi, sem conseguir se emocionar com mais nada. E quando a evolução da doença leva ao desencarne da criança, uma depressão profunda, longa e de difícil resolução pode acompanhar os pais, em especial a mãe.

Dentro de nossa Comunidade espírita, temos a oportunidade de observar diariamente que a causa para as doenças graves nas crianças tem raízes profundas no psiquismo, nas vivências passadas que hoje exigem reparação, disciplina, ensinamento e mudança de vida. O mais interessante é perceber, que quando a espiritualidade permite a regressão de vivências passadas até o ponto que chamamos de acordo pré-encarnatório, os pais, sem exceção, se comprometeram a cuidar e enfrentar o problema, baseados na vontade de acertar e reparar erros pretéritos.

Quando desencarnamos, perdemos o corpo físico, essa roupagem transitória, e passamos a habitar na espiritualidade, de acordo com a nossa "densidade" espiritual. Já dizia o Cristo, há muitas moradas na casa de meu Pai. Durante nossa estadia na erraticidade, aprendemos também e muito, sobre valorização da vida, e podemos observar com outra ótica as dificuldades que passamos, e aí, iniciamos nossa preparação para a volta, para o reencarne. Nesse momento mentores amorosos reúnem nossa futura família e passam a traçar planos que poderão nos levar a tão sonhada libertação espiritual.
Nesse instante, imbuídos da melhor intenção, e vontade verdadeira de modificar nosso passado através do amor, enxergamos nas dificuldades programadas em nossas vidas, imensas oportunidades de mostrarmos ao Pai maior, o quanto o amamos e o quanto já evoluímos. Aceitamos nossos antigos conhecidos como filhos e prometemos auxiliá-los nessa nova roupagem, prometendo que tudo faremos para que a fé e o amor nunca lhes falte. Juramos que vamos entender que eles não são frágeis e inocentes seres desprotegidos, mas espíritos eternos que vem resgatar pelo amor e pela dor, débitos do passado, porém com a diferença de que nós estaremos lá, para ajudá-los.
O papel dos pais nessa situação não é fácil, é lógico! Mas é necessário entender que somos antes de tudo cuidadores dos filhos. Eles não são nossos, não são nossa propriedade e não é nossa responsabilidade tudo o que acontece com eles. Eles tem vida própria e assim devem viver, porém contando sempre com nossa experiência e amor, que na maioria das vezes é incondicional. É preciso ter a certeza absoluta e irrestrita que Deus a tudo governa e dirige, pelo amor. Não há acasos. A doença na maioria das vezes é uma decisão amadurecida e pensada do lado de lá, antes do reencarne, uma escolha consciente e de mão dupla, que dá aos pais e aos filhos a oportunidade de libertação dos traumas e vivências transatas.

Não podemos mais desperdiçar as oportunidades que a vida nos trás para demonstrar nossa capacidade de resignação ativa, lutando pela vida, mas tranquilos e com fé. Se você é pai de uma criança com um problema grave, persista, ame, mas procure ajuda na sua família, na sua religião, independente de qual ela seja, pois em todas existem pessoas bem intencionadas e dispostas a te ajudar nesse momento importante. Se você já vivenciou algum problema dessa monta, ajude quem necessita e se vê sem saída, fale de suas dores, e dê seu testemunho e exemplo.
Se você tem um filho saudável, não espere que ele adoeça para expressar a ele o quanto o ama, e mostrar a Deus a sua gratidão. Faça isso agora mesmo.
Paz e luz!

06 março 2008

O desdobramento espiritual coletivo. Dra Giselle Fachetti

A meditação nos permite a conexão com esferas superiores e é extremamente útil no nosso desenvolvimento espiritual, entretanto, para a maioria das pessoas é um processo difícil e inacessível, pois exige concentração e persistência.
Atividades como essa pressupõem, ainda, aprendizado e treinamento. Portanto, necessitam de repetição para que atinjam seu máximo de aperfeiçoamento, conforme as limitadas possibilidades humanas.
Quando estamos em um grande grupo de pessoas a heterogeneidade de capacidade e potencial é uma certeza. Nem por isso é impossível conseguirmos alguma uniformidade e progresso no exercício da meditação, de forma coletiva.
O objetivo de um treinamento desse tipo é que cada indivíduo possa vir a dar os primeiros passos de uma importante e necessária viagem ao seu próprio interior. Viagem essa, que o fará identificar em si aquela porção mais pura e elevada que é a centelha Divina que nos vivifica.
Com a evolução da prática, em qualquer um dos vários métodos de meditação existentes, os indivíduos passarão a se conectarem mais facilmente com dimensões vibracionais superiores, dimensões aquelas em que habitam nossos guardiões e benfeitores espirituais.
Fazemos, rotineira e sistematicamente esse exercício em nossa Casa Espírita, ao final das palestras, como preparação para o passe. Usamos para isso a técnica do desdobramento espiritual.
Essa técnica foi estudada e descrita por José Lacerda de Azevedo, médico espírita gaúcho, ainda nos anos cinqüenta. E, consiste no afastamento do corpo espiritual (corpo astral) do corpo físico, facilitando assim, a percepção das dimensões não materiais que nos cercam.
Quando utilizamos essa técnica, mesmo em um grande grupo de pessoas, desde que tenham em comum a vontade profunda de alcançarem novos patamares de evolução espiritual, obteremos, certamente, resultados positivos, obviamente diversos em grau, tantos graus quantos forem o número de presentes na reunião.




Porque onde estiver vosso tesouro,
aí estará também o vosso coração.
Matheus,6;21.
Alguns, que dão ainda os primeiros passos nos trabalhos voltados à pesquisa das características de seu eu mais profundo, nada perceberão, pelo menos de forma consciente. Outros, acompanharão facilmente o grupo nas viagens astrais, guiados pelos coordenadores encarnados e desencarnados do processo.
Não esperamos, nem observamos, processos mágicos e redentores automáticos, afinal na natureza não existem saltos, especialmente, em relação às conquistas individuais. Teremos, todos, que passarmos por todas as etapas graduais do treinamento, se ansiamos pelo progresso redentor.
Aqueles, que imediatamente se sentem parte do processo, que o percebem como uma realidade diferente (nem por isso menos verdadeira), aqueles que logo conseguem conectar-se com seus mentores e que percebem o gigantesco trabalho de auxilio espiritual que é empreendido nestes momentos sublimes de trabalho coletivo, certamente, já haviam treinado essas técnicas em experiências encarnatórias anteriores.
Outros, começaram apenas recentemente, agora mesmo, nos últimos minutos de sua jornada terrena. Portanto, só terão condições de experimentar percepções mais discretas, que gradualmente se tornarão mais nítidas, conforme sua boa vontade e esforço em penetrar nessa realidade sutil.
Todos chegaremos aos mais altos níveis de elevação espiritual e, o auxílio de uns para com os outros é vital para que o processo se acelere. Essa técnica, e muitas outras, que surgem atualmente, no transcorrer do terceiro milênio, são recursos aceleradores de nossa cura (transformação) espiritual coletiva.
Esses recursos pedagógicos nos têm sido caridosamente ofertadas pelos servidores do Cristo, através da inspiração dos encarnados que se dedicam ao auxílio de seus semelhantes, para que maior número de espíritos seja resgatado das trevas da ignorância, no milênio da regeneração.
Trabalho, este, que pela sua urgência só pode ser realizado nas dimensões em que se faz necessário, com novas técnicas, não só mais abrangentes como mais eficientes.
O exército do Cristo, assim, crescerá não só em contingente mas, principalmente, na qualidade dos soldados que agora arregimenta, pois que seu treinamento será intensivo e baseado nos mais sólidos pilares evangélicos.
Agora estão prontos alguns servidores, em futuro próximo, muitos outros estarão. Cada grupo carrega sobre seus ombros a responsabilidade sobre aqueles que Deus coloca em seu caminho.
Os Trabalhadores do Senhor não escolhem seu trabalho, fazem o que lhes é determinado com alegria e dedicação e assim estamos procurando agir.
A ação em prol do bem será mais gloriosa na proporção em que nos dediquemos ao estudo para estarmos em condições de recebermos a ajuda que nossos mestres querem e precisam nos transmitir.
O contato com as forças do bem será estreitado na medida em que incluamos todos os necessitados do pão do espírito nos intercâmbios saudáveis e responsáveis com os planos imateriais da existência.
É a democratização do conhecimento, por que tudo deve ser revelado e nada deve ser ocultado. Não existem iniciados, privilegiados ou escolhidos. Somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai.

Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se,
nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz.
Lucas,8;16.


Giselle Fachetti Machado.